segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Curso Literatura negra ou afrobrasileira? 
Uma questão e muitas vozes
Neide A. de Almeida
Sugestões de leitura
Contos e romances:
ACHEBE, Chinua. A flecha de Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Hibisco roxo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. In: Pallas Editora (Org.). Contos do mar sem fim:
antologia afro-brasileira. Rio de Janeiro: Pallas; Guiné-Bissau: Ku Si Mon; Angola: Chá de Caxinde, 2010.
BARRETO. Lima. Recordações do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Companhia das
Letras Ebook, 2010.
BRAZ, Julio Emílio. Lendas negras. Ilustr. Salmo Dansa. São Paulo: FTD, 2002.
BRAZ, Julio Emílio. Na cor da pele. Ilustr. Eneas Guerra. São Paulo: Larousse; Escala,
2005.
CAMARGO, Oswaldo de. A descoberta do frio. São Paulo: Ateliê Editorial, 2011.
CHIZIANE, Paulina. Niketche: uma história de poligamia. São Paulo: Companhia das
Letras, 2004.
COUTO , Mia. Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
COUTO, Mia. O fio das missangas . São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
CUTI. Contos crespos. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2008.
EVARISTO, Conceição. Olhos d´água. In: Pallas Editora (Org.). Contos do mar sem fim:
antologia afro-brasileira. Rio de Janeiro: Pallas; Guiné-Bissau: Ku Si Mon;
Angola: Chá de Caxinde, 2010.
GONÇALVES, Ana Maria. Um defeito de cor. Rio de Janeiro: Record, 2009.
GUIMARÃES, Geni, A cor da ternura. Ilustr. Saritah Barbosa. São Paulo: FTD, 1994.
MAAZA, Mengiste. Sob o olhar do leão. Rio de Janeiro: Record, 2011.
MANDELA, Nelson (Org.). Meus contos africanos. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
ONDJAKI. Os da minha rua. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2007. (Ponta de Lança)
ONDJAKI. E se amanhã o medo. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2010. (Ponta de Lança)
ONDJAKI. A avóDezanove e o segredo soviético. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
SAUTE, Nelson. Rio dos bons sinais. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2007. (Ponta de Lança) SAUTE, Nelson. Narradores da sobrevivência. Lisboa: Dom Quixote, 2000.
Para crianças, mas não só:
ASARE, Meshak. O chamado de Sosu. São Paulo: SM, 2005.
BARBOSA, Rogério Andrade. Duula: a mulher canibal. Ilustr. Graça Lima. São Paulo: DCL,
2007.
BARBOSA, Rogério Andrade. Sundjata, o príncipe leão. Ilustr. Roger Mello. Rio de
Janeiro: Agir, 1995.
COUTO, Mia. O gato e o escuro. Ilustr. Marilda Castanha. São Paulo: Companhia das
Letrinhas, 2008.
DIOUF, Sylviane Anna. Ilustr. Shane W. Evans. As tranças de Bintou. São Paulo: Cosac &
Naif, 2010.
MHLOPHE, Gcina. Histórias da África. São Paulo: Paulinas, 2007.
ONDJAKI. O leão e o coelho saltitão. Ilustr. Rachel Caiano. Rio de Janeiro: Língua Geral,
2009. (Mama África).
PEREIRA, Edimilson de Almeida Pereira. Histórias trazidas por um cavalo marinho. Ilustr.
Denise Nascimento. São Paulo: Paulinas, 2005.
PEREIRA, Edimilson de Almeida Pereira. Os reizinhos de Congo. São Paulo: Paulinas,
2007.
SANTOS, Joel Rufino. Gosto de África: histórias de lá e daqui. São Paulo: Global, 2005.
SANTOS, Joel Rufino. O presente de Ossanha. Ilustr. Maurício Veneza. São Paulo: Global,
2006.
SAUTE, Nelson. O homem que não podia olhar para trás. Rio de Janeiro: Língua Geral,
2006. (Mama África).
SUNNY. Ulloma: a casa da beleza e outros contos. Ilustr. Denise Nascimento. São Paulo:
Paulinas, 2006. (Árvore falante)
SUNNY. Contos da lua e da beleza perdida. Ilustr. Denise Nascimento. São Paulo:
Paulinas, 2008. (Árvore falante)
Para aprofundar reflexões:
ADICHIE, Chimamanda N. O perigo de uma única história. Disponível em http://dvd.ted.com/p-730-chimamanda-adichie-the-danger-of-a-single-story.aspx 07 ago 2012.
BIBLIOTECA ENTRE LIVROS: Vozes da África. São Paulo: Dueto. Edição especial, n. 6, s/d.
CAMARGO, Oswaldo de. Depoimento. In: Duarte, Eduardo de Assis; Fonseca, Maria Nazareth S. (Orgs.). Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica.
Vol. 4. Belo Horizonte : Editora UFMG, 2011. (Humanitas).
CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos: Antonio Candido. São Paulo: Duas Cidades; Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2004.
CHAVES, Rita; SECCO, Carmen; MACEDO, Tânia. Brasil/África: como se o mar fosse mentira. São Paulo: UNESP; Luanda, Angola: Chá de Caxinde, 2006.
DUARTE, Eduardo de Assis. Por um conceito de literatura afro-brasileira. In: Duarte, Eduardo de Assis; Fonseca, Maria Nazareth S. (Orgs.). Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Vol. 4. Belo Horizonte : Editora UFMG, 2011. (Humanitas).
HAMPÂTÉ BÂ, Amadou. Amkoullel, o menino fula. Trad. Xina Smith de Vasconcellos. São
Paulo: Palas Athena: Casa das Áfricas, 2003.
PEREIRA, Edimilson de Almeida Pereira; Gomes, Núbia Pereira de Magalhães. Ardis da imagem: exclusão étnica e violência nos discursos da cultura brasileira. Belo Horizonte: Mazza Edições, Editora PUCMinas, 2001.
PEREIRA, Edimilson de Almeida Pereira. Depoimento. In: Duarte, Eduardo de Assis; Fonseca, Maria Nazareth S. (Orgs.). Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Vol. 4. Belo Horizonte : Editora UFMG, 2011. (Humanitas).

domingo, 17 de agosto de 2014

Quarto de despejo

Quarto de despejo - O diário de uma favelada

Autora - Carolina Maria de JesusEditora Ática  - 1993 (2ª edição)

Acompanhando o  cotidiano de Carolina,conhece-se um pouco da vida didicil dos moradores de uma favela.
O livro é um diário onde Carolina Maria de Jesus registra alguns fatos mais frequentes do seu cotidiano:  levantar de madrugada para buscar água ,fazer um café, catar papel, vender ,enfim um ritual diário para sobreviver. Sua renda provem do que consegue arrecadar.
O cotidiano de Carolina se caracteriza como uma luta constante pela sobrevivência, a necessidade de conseguir sustento para si e para seus três  filhos.
Os acontecimentos que Carolina de Jesus narra se passam nos anos de 1955,1958,1960. Ela retrata a situação miserável de um grupo social na metrópole ( São Paulo),o politico que só vai a favela na época de eleição. Além da miséria e da fome, a autora apresenta outros graves problemas sociais: alcoolismo, racismo ,miséria , fome.
Os diários de Carolina Maria foram descobertos pelo repórter Audálio Dantas, que a conheceu durante uma reportagem na favela do Canindé, localizada às margens do rio Tietê, na metrópole de São Paulo. A catadora escrevia em cadernos que encontrava no lixo – ao todo, ocupou mais de 20, nos quais descreveu minuciosamente o seu cotidiano e, com raras exceções por desilusão com a vida ou outros imprevistos. O repórter, com 28 anos, interessou-se pela coragem daquela mulher, na época com 49, e pediu para ler os tais diários. E  se impressionou com a sinceridade dos escritos.
Carolina Maria escancara os sentimentos de uma pessoa impedida de adentrar o mundo dignamente. Fala mal de políticos da época – não gosta de Juscelino Kubitschek –, comenta sobre Jânio Quadros e indigna-se com políticos que, na sua visão, só olham para a favela em época de eleições. Na condição privilegiada da qual dispunha (saber ler e escrever), via-se como porta-voz dos favelados. Acreditava que, por meio dos escritos sobre o Canindé, conseguiria expor o que é a realidade em um lugar miserável e esquecido.
“…Eu classifico São Paulo assim: O Palácio, é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o Jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos.” .”(Quarto de Despejo – Carolina Maria de Jesus)
E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!”
...”Quando um politico diz nos seus discursos que está ao lado do povo ,que visa incluir-se na política para melhorar as nossas condições de vida pedindo o nosso voto prometendo congelar os preços, já está ciente que abordando esse grave problema ele vence nas urnas. Depois divorcia-se do povo .Olha o povo com os olhos semi-cerrados.Com um orgulho que fere a nossa sensibilidade.”   Os problemas sociais como moradia, alimentação, atendimento médico dentre outros direitos dos cidadãos são os mesmos de hoje. Os quartos de despejo,multiplicados,estão transbordando.(1993- Audálio Dantas)


“Um milhão e 900 mil pessoas moram em favelas (FIPE, 94) em São Paulo, um milhão em cortiços, cerca de três milhões vivem em moradias precárias. Esta realidade se agrava a cada ano que passa. O número de favelados evoluiu de um milhão e duzentos mil, em 1990, para quase dois milhões no ano de 2000. O número de cortiços também aumentou. As moradias precárias nas periferias (áreas não urbanizadas) cresceram assustadoramente. A população de rua atinge quase 15 mil pessoas.”http://www.social.org.br . 

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Yá Yá Massemba

Que noite mais funda calunga
No porão de um navio negreiro
Que viagem mais longa candonga
Ouvindo o batuque das ondas
Compasso de um coração de pássaro
No fundo do cativeiro
É o semba do mundo calunga
Batendo samba em meu peito
Kawo Kabiecile Kawo
Okê arô oke
Quem me pariu foi o ventre de um navio
Quem me ouviu foi o vento no vazio
Do ventre escuro de um porão
Vou baixar o seu terreiro
Epa raio, machado, trovão
Epa justiça de guerreiro
Ê semba ê
Samba á
o Batuque das ondas
Nas noites mais longas
Me ensinou a cantar
Ê semba ê
Samba á
Dor é o lugar mais fundo
É o umbigo do mundo
É o fundo do mar
No balanço das ondas
Okê aro
Me ensinou a bater seu tambor
Ê semba ê
Samba á
No escuro porão eu vi o clarão
Do giro do mundo
Que noite mais funda calunga
No porão de um navio negreiro
Que viagem mais longa candonga
Ouvindo o batuque das ondas
Compasso de um coração de pássaro
No fundo do cativeiro
É o semba do mundo calunga
Batendo samba em meu peito
Kawo Kabiecile Kawo
Okê arô oke
Quem me pariu foi o ventre de um navio
Quem me ouviu foi o vento no vazio
Do ventre escuro de um porão
Vou baixar o seu terreiro
Epa raio, machado, trovão
Epa justiça de guerreiro
Ê semba ê ê samba á
é o céu que cobriu nas noites de frio
minha solidão
Ê semba ê ê samba á
é oceano sem, fim sem amor, sem irmão
ê kaô quero ser seu tambor
Ê semba ê ê samba á
eu faço a lua brilhar o esplendor e clarão
luar de luanda em meu coração
umbigo da cor
abrigo da dor
a primeira umbigada massemba yáyá
massemba é o samba que dá
Vou aprender a ler
Pra ensinar os meu camaradas!
http://letras.mus.br/

terça-feira, 12 de agosto de 2014

LITERATURA NEGRA E AFRO-BRASILEIRA NA FORMAÇÃO DE LEITORES/AS
OBJETIVOS: Sensibilizar os participantes para que percebam a necessidade de criação/ampliação
de seu repertório no que se refere às literaturas africanas;Promover a reflexão a respeito da
importância de conhecer produções intelectuais africanas como referências para compreender o
mundo; Provocar uma reflexão sobre o papel e o lugar da literatura tomando como referências as
noções de história, memória e identidade; Discutir o papel da literatura na construção do
preconceito e propor a reflexão sobre o papel da literatura no processo de desconstrução do
preconceito; Ler e refletir sobre algumas obras literárias africanas; Provocar os participantes para
que leiam e dialoguem a respeito de obras literárias africanas.
COORDENAÇÃO: Divisão Técnica de Políticas para Diversidade e Inclusão Educacional
PÚBLICO-ALVO: Educadores/as da Rede Municipal de Educação e demais profissionais do
Quadro do Magistério da Rede Municipal de Educação e Agentes Populares.
CARGA HORÁRIA: 50 horas (30 horas em 10 encontros presenciais e 20h de atividades extras)
Comecei este curso,estou contando com a colaboração de minha amiga Eliana Ada,que já me passou um link e uma lista de livros indicados por Edson França.
Recomendações de um amigo que preside a “Secretaria da Igualdade Racial”, do PCdoB, Edson França:

“Defeito de Pele”, lindo, maravilhoso, de Ana Maria Gonçalves
"O mundo se despedaça" de Chinua Achebe, um sonho
"Amkoullel, o menino fula" de Amadou Hampâté Bá - compreender um pouco da "alma africana" romance autobiográfico, muitíssimo bom.
"Noite das lágrimas em África", de Marcelo Aratum romance situado no processo de libertação de Guiné Bissau, maravilhoso
"Negras Raízes" de Alex Haley foi seriado de TV, muitíssimo bom, é a historia de um família negra americana iniciada por Kunta Kintê após ser raptado na África até a década de 50
"Homem Invisível" de Ralph Ellison, romance interessante, gostei muito, nele veremos a presença dos comunistas na luta do movimento negro americano.
"Filho Nativo", de Richard Wrigth, trata-se uma espécie de "Crime e Castigo" de Dostoievski, um negro comete um crime e depois começa a lançar mão de argumentos que o justifica, mas não sem antes ser "caçado" pelos brancos.
"Malcon X" de Alex Haley, uma biografia de Malcon X, romanceada.
"Canções de Solomon" de Tommi Morinson uma história ocorrida no Mississipi,
***

Agora a CTB lança uma revista muito legal de acompanhar: Rebele-se.